O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, só perdendo para a água. De Norte a Sul, o aroma do cafezinho enche os lares das pessoas todas as manhãs. Seja em casa, no trabalho, assim como nas reuniões de amigos, ele é presença obrigatória. Existem diversas maneiras de se preparar a bebida, e cada pessoa tem a sua preferência, mas o que todo mundo concorda é que ele precisa ser feito na hora e servido quente.
Cheirinho apaixonante de café
Para Liziane Berrocal, jornalista, moradora de Campo Grande, MS, café é vida. “Desde pequena aprendi a tomar café, me lembro que um senhor que alugava a casa para os meus pais plantava, torrava e moía o próprio café, e assim, aquele cheiro maravilhoso tomava conta do terreno onde a gente morava. Eu ficava apaixonada”, conta ela. “Conforme eu fui crescendo, minha paixão pela bebida só aumentou, passei a pesquisar sobre o assunto, conhecendo dessa forma a diferença entre os grãos. Aprendi que a terra em que ele é plantado, o clima e o tipo de solo acabam influenciando no sabor”, explica.
A jornalista já foi em lavouras, experimentando diversos tipos de cafés. Aprendeu sobre torrefação e sua influência no aroma e na acidez. Depois montou o seu cantinho de café em casa, colecionando cafeteiras. “Quando consegui me dar a primeira cafeteira expresso – que eu tenho até hoje – não parei mais. De cápsula eu tenho todos os modelos. Prensa eu tenho das mais simples até as que moem na hora. É uma verdadeira paixão”, conta. “Sem falar que tenho as xícaras que são usadas conforme meu estado emocional, desde as personalizadas até as do dia a dia”.
Sem café a vida inteira?
Liziane conta que quando fez cirurgia de redução do estômago, o médico disse que ela não poderia tomar mais café pelo resto da vida. “Fiquei em choque, mas com 18 dias de cirurgia disse a ele para esquecer, e voltei a tomar meu café”, relembra. Para ela, o café é um momento consigo mesma. E o seu tipo preferido de café é o primeiro da manhã. “É o meu despertar, e com dose dupla, por favor”, brinca.
Quando o assunto é pandemia, ela explica que passou a tomar mais café, até porque começou a ficar muito em casa. Mas sente falta de visitar diferentes cafeterias. “Em todo lugar que eu chego, minha primeira missão é visitar algum café. Já viajei o Brasil todo, sempre buscando um aroma diferente para colecionar na memória”, finaliza.
Paixão por um cafezinho
Você sabia que o café é basicamente óleo? E são nesses óleos, por exemplo, que estão os atributos sensoriais que percebemos na bebida? “Logo, para se fazer um boa xícara é preciso extrair esses óleos para a água, contudo alguns métodos extraem mais, outros menos”, explica Anderson Meireles, 36 anos, barista, morador de São José dos Campos, SP. Segundo ele, alguns filtros retém mais que outros, como por exemplo, o filtro de papel. Já o de tecido tem a trama mais aberta e é mais indicado, dessa forma, para o preparo de um bom café.
Anderson se tornou barista por acaso. A sua paixão por café vem de muito tempo. Sempre foi o cara que gostava de comprar aromas diferentes, assim como receber amigos em casa para fazer os cafés. “No auge das máquinas de café de cápsula, já cheguei a ter 3 modelos no meu cantinho do café”, conta ele.
“Quando me separei da minha esposa no interior da Paraíba, decidi voltar para São José dos Campos. Estava sem trabalho, sem perspectiva e sem dinheiro, e como já frequentei barbearias pelo Brasil inteiro, como cliente, uma coisa que sentia falta neste segmento era exatamente um bom café”, relembra. “Então resolvi propor para algumas barbearias uma parceria onde eu colocaria um balcão e serviria cafés especiais”, conta.
Ensinando a fazer café em casa
Segundo Anderson, das 10 barbearias que apareciam em primeiro lugar no Google, todas responderam positivamente à sua mensagem, dessa forma ele pode escolher uma delas e iniciou seu novo negócio: um serviço de cafés especiais na sala de espera da barbearia. “A coisa prosperou tanto que já íamos expandir o negócio, contudo fui convidado por uma marca para ser o barista e torrador deles”. Anderson conta que aceitou o convite e logo depois começou a se dedicar na parte de torrefação também. Depois se tornou sócio de uma cafeteria da cidade, mas com a pandemia, o fechamento foi inevitável.
“Foi daí que eu tive a ideia de ensinar de forma online, as pessoas a fazerem café em casa, a ideia foi evoluindo, assim proprietários de cafeteria começaram a fazer o curso, além de solicitar consultoria. “Hoje atuo basicamente com cursos, treinamentos, assim como consultorias para cafeterias”, conta ele.
Como grande entusiasta dos métodos manuais, sobretudo os domésticos, Anderson afirma que a relação com a bebida vai além da xícara. “Chamamos a primeira refeição do dia de ‘café da manhã’ ainda que a pessoa nem beba café”, explica. “Café é nome de encontro, assim como de gorjeta. E para mim o coador de pano é de longe o método que carrega mais significado de afetividade. Todo mundo tem uma história de mãe, pai, assim como avó, relacionada a um cafezinho passado no coador de pano”, finaliza ele.
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